
Lula lidera corrida presidencial de 2026, mas enfrenta rejeição elevada e disputa acirrada com herdeiros do bolsonarismo
- rennatabiancojorna
- 19 de abr.
- 2 min de leitura
Pesquisa Datafolha revela liderança do atual presidente nos principais cenários, mas também destaca o fortalecimento de nomes como Tarcísio de Freitas e a influência persistente de Jair Bolsonaro.
Faltando um ano e meio para a eleição presidencial de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança em todos os cenários testados pelo Instituto Datafolha, conforme levantamento realizado entre os dias 1º e 3 de abril de 2025. A pesquisa, com 3.054 entrevistas em todo o país, aponta não apenas a força eleitoral de Lula, mas também os desafios que ele enfrentará até as urnas, como a rejeição elevada e a ascensão de nomes que herdam o capital político de Jair Bolsonaro.
No principal cenário de primeiro turno, Lula aparece com 36% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 30%. Na sequência, vêm Ciro Gomes (12%), Pablo Marçal (7%) e Eduardo Leite (5%). Entre as mulheres, Lula alcança 40%, contra 26% de Bolsonaro. Já entre os homens, há empate técnico, com o ex-presidente numericamente à frente (35% contra 30%).
A situação muda quando o nome de Bolsonaro é retirado da disputa. Nesse contexto, há fragmentação entre os candidatos da direita, mas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se destaca como principal herdeiro do eleitorado bolsonarista, alcançando 15% das intenções de voto. No Estado de São Paulo, há empate entre Lula (28%) e Tarcísio (27%). Em um cenário com apenas Lula, Tarcísio e Marçal, o petista chega a 43%, contra 24% do governador paulista e 15% do influenciador do PRTB.
No segundo turno, Lula venceria todos os adversários testados: 49% a 40% contra Bolsonaro; 48% a 39% contra Tarcísio; e 50% a 38% contra Michelle Bolsonaro. No entanto, a rejeição ao petista é alta (42%), quase empatada com a de Bolsonaro (44%). Entre os evangélicos, a taxa de rejeição de Lula sobe para 54%.
Outro dado importante é a expectativa de continuidade: 62% dos brasileiros acreditam que Lula disputará a reeleição, sendo que 40% afirmam isso com certeza. Caso ele não seja candidato, 37% consideram que Fernando Haddad (PT) deveria ser o nome apoiado por Lula, enquanto 18% preferem Geraldo Alckmin (PSB) e 14% citam Simone Tebet (MDB).
Já entre os eleitores de Bolsonaro, 67% defendem que ele abra mão da candidatura para apoiar outro nome. Quando indagados sobre quem deveria receber esse apoio, 23% apontam Michelle Bolsonaro, 21% escolhem Tarcísio de Freitas e 14% preferem Eduardo Bolsonaro.
Os dados reforçam que Lula mantém capital político robusto, especialmente entre os mais pobres, eleitores com baixa escolaridade e no Nordeste. Contudo, seu caminho para a reeleição passa por neutralizar a rejeição nos segmentos evangélicos e no eleitorado masculino. A direita, por sua vez, precisa se reorganizar sem Bolsonaro na cabeça de chapa. Tarcísio desponta como alternativa viável, mas ainda precisa ampliar sua presença nacional e consolidar uma narrativa que o diferencie como gestor técnico e viável politicamente.
A eleição de 2026 se desenha polarizada, mas com nuances novas. A presença de nomes como Marçal, Zema, Ratinho Junior e Eduardo Leite evidencia o desejo de renovação, enquanto Lula e Bolsonaro — ou seus herdeiros políticos — continuam sendo os principais polos da disputa.






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