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A Tarifa de Trump e o Tabuleiro Eleitoral de 2026: Quando a Economia Vira Narrativa Política

Em julho de 2025, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, válida a partir de agosto, representa a maior taxação já imposta unilateralmente pelos Estados Unidos a um único país neste século. O impacto foi imediato: alta do dólar, queda na Bolsa e aumento da inflação. Mas o efeito dessa decisão vai muito além dos índices econômicos — ela pode ser o estopim de uma virada eleitoral no Brasil em 2026.



O ataque tem endereço político



Na carta oficial que acompanhou o anúncio da tarifa, Trump não deixou dúvidas: o motivo da punição econômica seria o julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, Trump ameaça o Brasil por conta de uma decisão interna do Judiciário. Essa associação explicita entre tarifa econômica e pressão política transforma a medida em algo mais do que diplomático — é uma jogada geopolítica com efeitos eleitorais cruzados.



O que muda no bolso do brasileiro?



A tarifa sobre os produtos brasileiros, principalmente do agronegócio, já causou uma reação em cadeia:


  • Aumento do preço dos combustíveis

  • Dólar mais alto, viagens internacionais mais caras

  • Remédios, eletrônicos e alimentos importados pressionados

  • Inflação e juros em alta

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Esse encarecimento da vida cotidiana forma o pano de fundo perfeito para uma mudança de humor no eleitorado — especialmente no eleitor moderado, que decide eleições.



A oportunidade para Lula virar o jogo



Se bem articulado, o governo Lula pode transformar a crise em capital político. A chave está na construção da narrativa:


“O apoio cego de Bolsonaro a Trump agora custa caro ao povo brasileiro.”


Essa frase pode se tornar um frame central da campanha de 2026. Com ela, o governo pode:


  • Reposicionar o PT como defensor da soberania nacional

  • Associar a extrema-direita à instabilidade econômica e ao desemprego

  • Criar um inimigo externo com eco interno (Trump como ameaça à economia brasileira)



Em um cenário com inflação, dólar alto e medo de perder o emprego, o discurso de “comida no prato” pode falar mais alto que o antipetismo.



O eleitor que decide está de volta



Diferentemente das eleições recentes marcadas por polarização, 2026 pode ser o retorno do voto pragmático. Aquele que se pergunta: “Quem vai proteger meu salário, meu emprego e meu poder de compra?” Esse eleitor tende a reagir menos à guerra ideológica e mais aos preços no mercado e aos boletos no fim do mês.


Por isso, a tarifa de Trump não é apenas um capítulo de tensão diplomática — é uma narrativa pronta para ser usada no campo político. Se a esquerda souber operá-la, pode isolar a extrema-direita e reposicionar Lula como escudo do Brasil frente às ameaças externas

 
 
 

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